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Comunicação em tempos de pandemia de Coronavírus

Reflexões sobre as mudanças na comunicação

A transformação repentina da comunicação presencial para online nos faz parar, pensar e repensar. O que fazer? E como fazer? A resposta da primeira pergunta, “o que fazer?” é simples… mudar! Porque o momento exige que a humanidade se adapte. E não tem mais volta. A mudança já começou. Agora é olhar para a nova realidade, procurar entendê-la para então agir.

A comunicação e suas formas de transmissão mudam constantemente. Tudo começou com inscrições rupestres, gestos e sons primitivos. Evoluiu para a palavra falada, escrita, a oratória se tornou rebuscada. Criamos diferentes meios, como as cartas, jornais, rádio, telefone, televisão, internet, computador, tablet, smartphones. E nas últimas décadas estávamos experimentando o modelo híbrido, um pouco presencial, “cara a cara” e outro pouco à distância. Tendo o mundo na palma da mão. E agora, com o isolamento social, a forma de se comunicar passou a ser 95% à distância. Esse novo modelo de comunicação foi imposto por uma peste, assim como o mito bíblico sobre a torre de babel, Deus confundiu os homens lhes conferindo várias línguas e mandou ventos para destruir a Torre de Babel para castigá-los pela soberba de almejar alcançá-lo. E hoje, qual é a soberba da humanidade? Por que Deus está nos castigando, nos confinando dentro das nossas próprias casas nos permitindo conversar presencialmente somente com nossos familiares?

Isso é de fato um castigo?
Vamos analisar. Os novos hábitos deram muito trabalho para o nosso cérebro, que gosta de rotinas. Nosso cuidado com a higiene mudou, aprendemos a trabalhar em homeoffice, passamos a compartilhar nosso conteúdo de forma online, estudamos à distância, desenvolvemos a disciplina do dia a dia em casa, cada um no seu nível de conhecimento aprimorou o uso das tecnologias… Tudo exige novas sinapses, o cérebro resiste um pouco, mas aprende e nos leva ao desenvolvimento, independente da idade, nacionalidade e classe social. Portanto, ganhamos. O inimigo invisível está nos oportunizando evoluir.

Mas também perdemos. A nossa comunicação deixou de ser humanizada, sem a presença real. A comunicação é empática se nos colocamos no lugar do outro para compreender o que ele está sentindo, e boa parte disso depende da comunicação não verbal. Como compreender se as informações não estão mais disponibilizadas? Como se envolver com o outro se a cada aplicativo instalado deletamos informações comunicacionais que captávamos naturalmente, observando movimentos agitados das pernas e das mãos, entonação da voz, expressões faciais. Nas conversas online priorizamos a audição e a visão. Esquecemos que o nosso corpo fala, expressa, revela, entrega. E assim as informações ficam escondidas, atrás de máscaras de proteção e da telinha do celular, gerando um ambiente propício para o distanciamento, superficialidade, excesso de informação, fakenews, isolamento, frieza… será que a conexão virtual nos leva a desconexão da vida real? Compreensível que a humanidade esteja isolada, a comunicação está doente.

Como fazer? Precisamos resgatar o que nos diferenciou dos outros seres vivos e nos tornou humanos: a comunicação. O Homo Sapiens pensa, elabora uma ideia e compartilha com o outro de forma amorosa, compreendendo e respeitando as diferenças entre as pessoas. O ponto de partida para a mudança é olhar para o nosso interior. E a escola para aprender a comunicar de forma humanizada é onde tudo começou: na nossa casa, com a nossa família. Estamos voltando pra casa para resgatar a parte humana da comunicação e reaprender a olhar, escutar, perguntar, e assim, dialogar.


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