A comunicação implica em realizar trocas, compartilhar, interagir, dialogar. Exige o respeito mútuo do falar e deixar falar, do ouvir e do escutar, do entender, fazer-se entender e, principalmente, do querer entender. A comunicação contemporânea e do futuro tende, cada vez mais, a ser aprimorada, lapidada, elegante e educada. Assim, a comunicação proveniente dos nossos impulsos mais primitivos – como gritar quando sente raiva ou se esconder quando diante do medo – dá espaço a um homem que controla seus instintos e se comunica para construir relacionamentos saudáveis.
Os sons são captados e percebidos pelo sistema auditivo e interpretados pelo cérebro. Desenvolvemos nossa comunicação a partir da capacidade de ouvir e interpretar os sons. Nossa linguagem é rica pela possibilidade de perceber e memorizar os sons, palavras, frases, histórias, relatos e todo o universo acústico. Costumo dizer que a audição é o “termômetro” da comunicação. Escutando-me posso aumentar ou diminuir o volume da minha voz, controlar o ritmo da minha fala ou parar de falar.
Nossos ouvidos ouvem a música, a campainha, o latido do cachorro, o barulho da chuva, dos carros, do mar, entre muitos outros sons. Ouvir é perceber todo e qualquer som do ambiente. Já escutar significa ter atenção ao som e atribuir a ele um significado. Temos total controle sobre o escutar. Mas ara compreender o som que chega, não basta só detectá-lo, temos que prestar atenção e interpretá-lo. Logo, para escutar, é necessário ouvir primeiro.
A ação de escutar vai além do sistema auditivo saudável, da compreensão dos sons, da memória auditiva, da interpretação do tipo de som e do ambiente em que você está. Escutar envolve todos os sentidos. Que tal escutar com os olhos, com o tato, a atenção, a intuição, o coração, com a alma? Escutamos o silêncio, o movimento, a velocidade, o nervosismo, escutamos o ser como um todo.
A escuta ativa é uma das habilidades mais importantes no processo da comunicação. Quando as pessoas se sentem ouvidas, elas tendem a mudar suas atitudes em relação a si próprias e em relação aos outros. Sentem-se valorizadas, menos defensivas, menos autoritárias, mais flexíveis e mais abertas. Uma escuta, realmente eficaz, significacompreender o que alguém diz, com o sentido exato do que aquilo representa para ele. Agora responda para si mesmo: Você sabe escutar?
No processo de escuta ativa é importante não deixar interferir nossos valores religiosos, morais, crenças, inseguranças, preocupações, apenas escutar o outro (palavras, gestos, expressões e posturas), e não como você pensa e acredita. É preciso compreender os significados das palavras, escutar o conteúdo emocional que está agregado àquela fala.
Procure escutar para entender e não para responder. A escuta ativa cria confiança entre as pessoas, conserva um espaço seguro, facilita o domínio da situação, clarifica os interesses, elimina dúvidas e permite o perfeito entendimento de tudo o que está sendo escutado.
Confira um passo a passo para você colocar a escuta ativa em prática:
Escutar atentamente, não desviar o pensamento da conversa.
Olhar para a pessoa e não interrompê-la.
Evitar planejar mentalmente uma resposta.
Sinalizar que está prestando atenção, usar expressões de acompanhamento, como: sim, entendi.
Observe suas emoções e a do outro durante a conversa e fale sobre isso. Por exemplo: “Parece que você está triste com essa situação…”. “O comportamento dela deixou você irritado?“
Use o silêncio de forma O silêncio é necessário pois precisamos de um certo tempo para compreender o significado das mensagens.
Escutar é uma habilidade em constante desenvolvimento, ou não, depende de uma decisão sua. Podemos nos acomodar e escutar só o que queremos e não escutar o outro, desta forma nossos relacionamentos serão frágeis. A escuta ativa fortalece relações e conquista a confiança do outro.
24 de outubro de 2016
1 responses on "Qual a diferença entre ouvir ou escutar?"
Concordo. A forma como se “comunica” é fundamental para um correto entendimento e interação adequada.